quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dimmu Borgir - Abrahadabra

        Nos últimos tempos o Dimmu Borgir tem sido uma fonte de especulações, de todos os tipos e espécies. Saída de membros, possíveis entrada de músico famosos, qual seria o futuro do som da banda após a debandada de duas figuras importantes importantes como Vortex e Mustis e mais questões que brotavam na cabeça dos fãs e dos jornalistas esecilaizados em Heavy Metal. Mas confusões, dúvidas e boatos a parte, acabamos tendo material novo, e de muita qualidade.
      Em 2007 tivemos o espetacular “In Sorti Diaboli”, trabalho aclamado pela crítica como o melhor e mais complexo disco já lançado pelo Dimmu Borgir. Realmente é um disco fabuloso, que fez por merecer as inúmeras notas máximas que recebeu mundo a fora na época; mas neste ano de 2010, mesmo com tantos problemas, consegue lançar um disco que supera seu antecessor, que veio para tomar o posto de obra-prima na discografia dos noruegueses. Este “Abrahadabra” e monumental, contando pela primeira vez com uma orquestra completa, e que nos traz 10 faixas do mais incrível e grandioso Black Metal Sinfônico que o universo do metal já ouviu. Eles são mestres nisso, e mais uma vez dão show de técnica e criatividade, se mostrando músicos competentes e aplicados, que primam pela excelência do resultado do material que oferecem aos fãs.
       A intro 'Xibir' é um mix de sons da natureza, de animais selvagens, ruídos estranhos e distorções intrumentais, que já vão arrastando o ouvinte para o que há de se suceder no decorrer do play. Ela se uni magistralmente com 'Born Treachrous', um petardo de oito minutos, com passagens sinfônicas insanas, muito peso, distorções e um clima que eu alcunharia por acinzentado muítissimo bem construído. Uma forma impactante de começar os trabalhos. Depois vem a interessante 'Gateways', primeiro single do disco, que ganhou um video-clipe cinematográfico (que apesar de bastante bizarro, é fruto de uma super-produção muito profissional). Eu adorei a música, mas acho completamente desnecessária a primeira passagem de vocal feminino, que soa infantil e muito deslocada e sem sentido. Mas apesar disso é uma ótima música, com uma abordagem diferente, operística, épica de certa forma e com vocais que são diferenciados com o que a banda costuma fazer.
        Em seguida temos a grandiosa 'Chess With the Abyss', super intensa, de um peso incrível, corais incríveis e um intrumental que beira a perfeição técnica e artística. Mais um dos grandes destaques do disco. De cabeça não saberia dizer se já teria ouvido uma faixa auto-intitulada; 'Dimmu Borgir' tem ares da fase mais antiga da banda, de peso paquidérmico, compacta e praticamente reta. É o que muita gente chamaria de “pancada no ouvido”.
      'Ritualist' é mais uma porrada. Pesada como chumbo, com a bateria insandecida parecendo uma metralhadora, guitarras portentosas e um trabalho vocal rasgado maravilhoso, no melhor estilo Dimmu Borgir. Na sequência vem 'The Demiurge Molecule', que conta com excelentes linhas de teclado, também muito pesada e técnica. 'A Jewel Traced Trought Coal' vem na mesma linha, esbanjando grandiosidade e técnica apurada. Essa sequência arrebatadora encaminha para o desfecho da obra.
        Somos introduzidos em 'Renewal' com uma narração soturna, com uma levada bem Black por trás. Não demora muito para que surja mais uma vez o instrumental perfeito e o vocal característico, que fazem um clima tão obscuro e tenebroso que é capaz de tirar arrepios do ouvinte menos acostumando com esse tipo de som. E o fim vem com a surpreendente 'Endings and Continuations', que consegue reuinir com incrível competência elemntos dos mais diveros, passando pela pancadaria e peso normal, com momentos mais arrastados e climáticos, com toda a grandiosidade da orquestra e a pomposidade que essa interpretação garante, com riffs de Heavy Metal em modelos mais clásiscos. Genial. Um encerramento brilhante.
        Alguns críticos acusaram a banda de se entregar únicamente a técnica e deixar de lado o feeling (apesar desse termo soar esranho para uma banda de metal extremo, já que não sei que outra palavra usar para designar aquela “aura”, assim digamos, que havia no som deles no início da carreira), e que eles estavam sendo presunçosos com tamanha grandiloquência musical, com tamanho esmero e pomposidade nas suas novas composições. Pessoalmente não concordo com isso. O Dimmu Borgir nunca fora uma banda de Black Metal cru, apenas ríspido e pesado, sempre usou e abusou de teclados, sintetizadores e elementos orquestrais, e não deixou de ser assim em “Abradahabra”. O disco tem sua aura particular, que soa diferente e única, e isso pra mim já serve como feeling. Enfim, um disco que é praticamente perfeito e que é marco na carreira de uma das bandas mais influentes na cena extrema de todos os tempos (queiram os tr00's ou não).

O Dimmu Borgir é:

Shagrath – Vocais
Silenoz – Guitarra
Gader – Baixo
Daray – Bateria


Track List:

  1. Xibir (1:02)
  2. Born Treachrous (8:14)
  3. Gateways (4:59)
  4. Chess With the Abyss (6:50)
  5. Dimmu Borgir (4:04)
  6. Ritualist (6:03)
  7. The Demiurge Molecule (5:12)
  8. A Jewel Traced Trought Coal (5:03)
  9. Renewal (5:55)
  10. Endings and Continuatiosn (6:28)




Nota: a capa que foi divulgada originalmente acabou sendo modificada após o lançamento para esta que usei, não tenho muita certeza do porquê, mas creio que foi por causa de algum desentendimento com o artista que a criou.

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