segunda-feira, 28 de março de 2011

Symfonia - In Paradisum

      E finalmente podemos ouvir este tal de Symfonia. O grupo prometia muito com seu line-up de estrelas e, porque não, gênios do metal melódico. Um time que conta com Andre Matos, Timmo Tolkki, Uli Kusch, Jari Kainulainen e Mikko Härkin de forma alguma nos apresentaria material de baixa qualidade, esmerando-se ao máximo para trazer ao público um trabalho que prima pela técnica, pela produção e bom gosto. Essa parte é completamente factual, porem o que deixa um pouco a desejar é o quesito criatividade e inventividade.
     As músicas deste debut “In Paradisum” foram compostas basicamente por Timmo Tolkki, que desde o anúncio do grupo já foi tido com o o patrão e mentor criativo do conjunto, e por causa disso as comparações para com o Stratovarius eram inevitáveis. E não foram comparações vazias, muitas das estruturas dos riff's são praticamente iguais as que compôs em sua ex-banda, ora mais aceleradas ora mais lentas, mas sempre com sua marca registrada (o que no caso não é algo lá muito positivo). Mas de qualquer forma, o que ouvimos no disco pode não ser absolutamente nada original e inventivo, mas é sim de alto nível e muito bem feito.
      O play começa com um speed metal clássico, 'Fields of Avalon', que soa mesmo como uma faixa de algum disco do Stratovarius em sua época dourada. Muito melódica, refrão fácil, boas linhas de teclado, bateria muito atuante. Boa música, sem muitos atrativos fora do comum e do básico, mas cumpre com sucesso a missão de abrir os trabalhos. A segunda faixa se chama 'Come By The Hills'; alguns fãs afirmam tratar-se de um auto-plágio descarado por Tolkki de 'Hunting High and Low' (Stratovarius – Infinite, 2000). De certa forma, a maneira como a canção foi construída lembra sim a citada música, mas não diria que seja uma cópia, já que é menos acelerada, tem um andamento diferente e a voz do Andre dá uma cara bem própria para ela. Boa faixa, acredito que daria um bom single com video-clipe de divulgação.
      Logo depois chega 'Santiago'. Uma faixa rápida, com boas doses de peso, instrumental um pouco menos melódico ou power, com um pouco mais de flertes com o Heavy tradicional (apesar de que na parte do refrão a faceta melódica volta com tudo). Dentro do contexto do disco como um todo é a que soa mesno batida, um dos destaques. A canção tem um certo quê religioso na letra, o que me soou um pouco estranho, mas sobre isso prefiro não comentar. A primeira balada do disco é 'Alayna'. Se existem duas coisas que combinam perfeitamente são Andre Matos e baladas, suas voz potente e versátil esbanja feeling, e dessa vez não foi diferente. O teclado de Mikko Härkin tem papel fundamental aqui, criando todo o clima que cerca a música, que começa bem lenta, só com voz e teclado, mas que vai tomando forma com alguns riff's e linhas de baixo, até chegar no refrão, não muito grandioso ou imponente, mas belo ecom uma certa magia que a deixa muito agradável de ouvir. Mais um bom destque.
       Mais uma claramente calcada em Stratovarius é 'Forevermore'. Rápida, de bateria cavalgante (Uli Kusch manda muito bem no disco todo), linhas vocais legais de ouvir e acompanhar , teclado discreto mas sempre presente, em suma, uma música legal, mas um grande cllichê; mas é boa sim. Mas uma faixa que realmente chama a atenção é 'Pilgrim Road', com seu começo num ritmo que pelo menos a mim soa como marcial, num tipo de riff que não é comum de Tolkki, acompanhado por linhas de teclado, criando um ar futurista e inesperado. Acertaram nessa. O restante da música segue mais ou menos nessa batida, ganhando peso com a entrada da bateria e do baixo, e ficando completa e “redonda” com a voz única de Andre. Essa sim, uma ótima faixa.
     Em seguida temos a faixa título. Como já tinha falado quando essa música foi divulgada algum tempo atrás, consegue ser um mix das influências das antigas bandas dos membros. Aparte mais rápida me lembra um pouco “Nothing to Say” do Angra, os teclados são aqueles que consagraram o Sonata Arctica, temos os corais imponentes dos épicos do Stratovarius e a bateria sempre precisa e técnica do Helloween e do Masterplan. Pessoalmente é uma das minhas favoritas, outro belo destaque do álbum.
     'Rhapsody in Black' é bem interessante. Tem lá seus clichês, mas consegue ter uma certa sonoridade mais modernizada, é mais reta, com a bateria mais contida, porém um tanto mais pesada, de riff's exatamente iguais aos demais só que num tom mais atrativo; faixa muito bacana e que foge um pouco da mesmice. Junto com a impressão de estarmos ouvindo Stratovarius mais uma vez, nos chega 'I Walk in Neon'. Excetuando-se o muito bom refrão e alguns outros momentos soltos ao longo da música, não temos nada empolgante. Uma faixa meia-boca.
     E pra fechar temos uma balada praticamente acústica. 'Dont Let me Go' é melancólica, intimista e soturna. Tem bons dedilhados, o teclado levantando a aura e a inconfudível voz de Andre Matos, que casou perfeitamente com a proposta da canção. Lembro que quando falei do “Aurora Consurgens” do Angra mencionei que não tinha gostado do encerramento com 'Abandoned Fate', que é similar a esta 'Dont Let me Go'. Mas neste caso acho que ficou muito bom, e encerrou o álbum com dignidade e eficiência.
      Muito bem, “In Paradisum” é um amontoado de clichês batidos, composições, letras, arte gráfica, etc, com bons momentos de inventividade aqui e ali, mas eu não vou tirar os méritos da banda. Todo o trabalho que envolve o disco é de alto nível, gravação, execução, produção, mixagem e afins. Dentro de uma cena absolutamente saturada como é a do Metal Melódico, este se torna um trabalho de alto nível e acima da média. Eles não ousaram, ficaram quase todos em suas zonas de conforto, mas como se esmeraram muito nisso, provendo ao fãs um material de qualidade e bom gosto, digo que fizeram uma boa estreia.
       Mas também quero acreditar que eles não vão ficar se repetindo eternamente. Espero sinceramente que nos vindouros álbuns Andre e Uli, dois notórios compositores, possam ser mais colaborativos no processo criativo. Se isso vier a acontecer, daí sim acredto que podemos acabar nos deparando com discos clássicos no futuro, já que ainda não foi atingido o ápice do talento desses grandes músicos no Symfonia, que unidos e todos colaborando, ainda vão dar muito o que falar.


O Symfonia é:

Andre Matos – Vocais
Timmo Tolki – Guitarra
Jari Kainulainen – Baixo
Mikko Härkin – Teclados
Uli Kusch – Bateria


Track List:

  1. Fields of Avalon (5:09)
  2. Come By the Hills (5:01)
  3. Santiago (5:54)
  4. Alayna (6:17)
  5. Forevermore (5:31)
  6. Pilgrim Road (3:37)
  7. I Paradisum (9:35)
  8. Rhapsody in Black (4:34)
  9. I Walk in Neon (5:44)
  10. Don Let me Go (3:56)



quinta-feira, 17 de março de 2011

Within Temptation - The Unforgiving

       Meus poucos mas dignos leitores deste blog, ouso a dizer que estejamos diante de um clássico. O Within Temptation deu mais uma prova do porquê de ter conseguido alçar voos tão altos nos últimos anos, nos presenteando com um disco que desde já é candidato a melhor trabalho do ano em seu estilo.
Desde o final do ano passado a banda veio deixando os fãs inteirados sobre os processos que envolviam a produção do disco, com pequenas amostras, fotos e vídeos de bastidores, novidades sobre a HQ que será lançada juntamente com o CD (cuja qual é o conceito por trás das letras) e uma infinidade de pequenos spoilers que deixavam nos fãs com uma curiosidade aguçadíssima e uma ânsia sem tamanho por poder ouvir o material novo. E durante esta semana fomos agraciados por fãs poloneses que, sabe-se lá como, já tinham o disco consigo e o liberaram na internet. E a espera valeu demais a pena.
       A primeira faixa é um prelúdio chamado 'Why Not Me', uma narração misteriosa da personagem principal da história. Os sons por trás dela criam um clima obscuro e tenso, que abre o disco de vez. Logo em seguida começa 'Shot in the Dark'; não haveria maneira melhor de abrir o disco, uma música grandiosa, com os tradicionais arranjos sinfônicos, mesclados com uma veia heavy mais saliente, moderna e ao mesmo tempo com ares oitentistas. Uma peça única, criativa, original e que é só o abre-alas do que ainda está por vir.
       A terceira faixa faz o disco valer por inteiro. 'In the Middle of the Night' é ainda mais portentosa, com riffs cortantes e acelerados, um andamento empolgante, mais arranjos sinfônicos grandiosos, um refrão de arrepiar e uma interpretação impecável da vocalista Sharon den Adel. Em futuros shows, com certeza há de ser o ápice de empolgação do público, sensacional!
       'Faster' já era conhecida depois da divulgação do primeiro vídeo/curta metragem dos três que serão lançados para promover “The Unforgiving”. Tem uma cara bem anos oitenta, de levada cadenciada mas com bastante peso e mais um ótimo refrão. Nota positiva pela boa aparição do baixo de Jeroen Van Veen; outro belo destaque. Os saudosistas da sonoridade do disco “Mother Earth” (2000) ficaram deliciados coma bela balada 'Fire and Ice', construída em cima de uma melodia de piano melancólica e intimista, mas que cresce e se torna um som forte e intenso, esbanjando um feeling tocante. Lindíssima!
       Logo depois chega mais um petardo: 'Iron' é uma das mais pesadas do disco, com bons riffs e atuação intensa do novo baterista Mike Coolen. Uma música coesa e compactada, com a letra construida inteligentemente, transmitindo uma energia espetacular. Sharon mais uma vez dá show. A próxima faixa foi a primeira a ser divulgada, 'Where is the Edge'. Como já tinha mencionadoquando a música saiu no começo do ano, tem bem a cara do trabalho anterior, “The Heart of Everythig”(2007), mas sabe ter sua personalidade. É mais lenta, mas não menos bem trabalhada e com ares de grandiosos. Na comparação com as demais faixas pode parecer a mais fraca do disco, mas eu não usaria essas palavras, só diria que é menos perfeita.
      'Sinéad' é uma pérola. Consegue unir de uma forma espetacular peso com ritmo e melodia, chegando até certo ponto a ser dançante! Tem mais generosas doses de orquestra, de atuação preciosa de todos os músicos e com Sharon provando que os anos (e os filhos) só fizeram bem a ela. Em seguida chega mais uma belíssima balada; esta se chama 'Lost', com a vocalista mostrando sua versatilidade e beleza da voz, com backing vocals discretos mas marcantes, mais orquestramentos bem colocados e um feeling que consegue mexer de verdade com o ouvinte.
        'Murder' já começa prometendo com suas orquestrações, que abrem caminho para uma interpretação mais sombria de Sharon, teatral e misteriosa. Logo a música se agiganta, num refrão imponente, com a voz de Sharon sendo mais grave, com o baixo e a bateria dando uma sólida base para grandes riff's de guitarra que duelam com os intrumentos de orquestra. Fabulosa. A faixa seguinte tem um quê mais moderno, com andamento cavalgante, totalmente Heavy Metal; esta 'A Demon's Fate' segue a tradição e tem um refrão espetacular, empolgante e repleto de força e energia. A bateria mais uma vez é muito presente, as guitarras são mais dicretas mas sempre atuantes e o baixo ali dando o apoio para as aventuras altas e sem medo do resto da banda.
       O disco se encerra de forma sublime com a power-balada 'Stairway to the Skies'. Feeling, leveza, peso, grandiosidade... tudo aglutinado numa química perfeita e irretocável. Não é preciso louvar ainda mais Sharon, mas sua interpretação nesta música é ainda mais especial, conduzindo o ouvinte ao final da história deixando-o emocionado, relembrando todas as fortes sensações que teve no decorrer do disco. Um encerramento mais que perfeito!
        Decididamente a banda abandonou as caractarísticas que foram marcantes no disco de estreia, “Enter”, do distante ano de 1997. Pessoalmente não vejo isso como problema, já que pelo menos a mim aquele ar gothick/doom arrastado demais me dá sono. Muitos fãs mais extremistas afirmam que a banda se vendeu ao longo dos anos, tornando-se uma banda comercial. Acho um exagero absurdo dizer isso; o que de fato aconteceu foi uma amadurecimento natural, corriqueiro em todas as bandas grandes que conseguiram se manter em alta ao longo da carreira.
        Mas mesmo com esse amadurecimento o Within Tempation nunca deixou de lado as características que o consagraram e o botaram no hall das maiores bandas do metal sinfônico, e isso fica absolutamente claro neste maravilhoso “The Unforgiving”. Temos as orquestrações épicas, melodias bem construídas, a voz linda e cristalina da inigualável Sharon den Adel, peso e beleza alquímicamente unidos, guitarras não geniais mas muito competentes, uma cozinha de respeito e o clima único que essa grande banda sabe dar às suas composições. Tudo isso aliado com a inventividade e originalidade de novas ideias, resultando num material com muita identidade própria, mas que é intrínsecamente ligado ao passado. Essa é a receita para fazer um grande disco que se tornará clássico.
      Assim que for lançado ofcialmente, sera um ítem obrigatório na coleçãode todos os fãs.

O Within Temptation é:

Sharon den Adel – Vocais
Robert Westerholt – Guitarra
Ruud Jolie – Guitarra
Jeroen van Veen – Baixo
Mike Coolen – Bateria

Track List:

  1. Why Not Me (0:36)
  2. Shot in the Dark (5:02)
  3. In the Middle of the Night (5:11)
  4. Faster (4:23)
  5. Fire and Ice (3:51)
  6. Iron (5:38)
  7. Where is the edge (3:59)
  8. Sinéad (4:26)
  9. Lost (5:16)
  10. Murder (4:16)
  11. A Demon's Fate (5:30)
  12. Stairway to the Skies (5:32)



quarta-feira, 2 de março de 2011

For All We Know

 FOR ALL WE KNOW - ALBUM OUT APRIL 25 2011



Fazendo esse post para divulgar esse novo projeto. For All We Know é uma banda de rock/metal progressivo idealizado por Ruud Jolie, guitarrista do Within Temptation, que resolveu juntar amigos seus para uma nova empreitada, que difere do som tradicional de sua banda fixa.
O For All we Know tomou forma ao longo de quatro anos, onde o próprio Ruud escreveu o material e gravou as canções em seu estúdio particular. O line-up conta, além de Ruud nas guitarras, com:

Wudstk (Vocais): músico holândes que participou de alguns projetos famosos, como o Ayreon, canta desde metal até hip hop.

Marco Kuypers (Piano): amigo de longa data de Ruud, bastante conhecio na cena do jazz holandês.

Leo Margarit (Bateria): baterista do Pain of Salvation, mas nasceu na França.

 Kristoffer Gildenlöw (Baixo): Irmão de Daniel Gildenlöw e ex-baixista do Pain of Salvation.

Thijs Schrijnemakers (Teclado): ex-colega de Ruud ems seus tempos de professor demúsica em Eindhoven.


O projeto também conta com convidados de muito garbo e elegância:

Sharon Den Adel (Within Temptation)
Daniel Gildenlöw (Pain of Salvation)
John Wesley (Porcupine Tree)
Ruud Howuling
Richie Falkoner (Lauren Harri's Band)
Anke Derks (cantora solo)
Damian Wilson (Threshold)
Tom Sikkers (Brotherhood Foundation)
Camilla van der Kooij (Violinista)



Track List:
1. Blind Me
2. Busy Being Somebody Else
3. Out of Reach
4. When Angels Refuse to Fly
5. I Lost Myself Today
6. Keep Breathing
7. Down On My Knees
8. Save us...
9. Embrace/Erase/Replace/Embrace
10. Tired and Ashamed
11. Open Your Eyes
12. Nothing more...

 No site e myspace tem amostras das músicas e mais detalhes sobre o projeto, confira:

Myspace
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Pessoalmente estou muito interessado nesse disco, e algo me diz que teremos aí um dos trabalhos mais interessantes de 2011.