terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sébastien - Tears of White Roses

       Eis um precioso achado que eu devo ao meu grande amigo Pikachu Sama do blog Discipline of Steel. O Sébastien é uma banda oriunda da Republica Tcheca, de músicos bem rodados na cena metálica do país, sendo de certa forma a remanescência de duas outras bandas, que por motivos diversos acabaram não vingando. O que temos aqui trata-se um Power Metal Melódico, repleto de influências de Hard Rock e AOR, delicioso dese ouvir e com um potencial gigantesco de muito em breve estourar no cenário internacional.
      A união de músicos talentosos, apoio de uma boa gravadora, apadrinhamento de nínguem mais nínguem menos que a lenda Roland Grapow (Ex-Helloween) e várias participações muito mais que especiais, não poderia redundar se não num excepcional resultado final. Este “Tears of Withe Roses” reune grandes nomes, muita inspiração e uma vontade enorme de fazer ótima música, de músicos ainda jovens mais com experiência, garra e determinação.
     O disco começa com a extremamente melódica 'Musee du Satan Rouge', que tem uma pegada bem ao estilo Helloween, com muita personalidade própria. Conta com a participação do guitarrista da banda do Jorn Lande, Tore Moren. Tem ritmo intenso, ótimo refrão e esbanja energia e força de vontade. Não haveria maneira melhor de começar.
       Depois temos 'Femme Fatale', outro petardo melódico de altíssimo nível e bom gosto, que tem um refrão que é impossível de não acompanhar. Esta conta com todo o talento e carisma da bela Amanda Somerville. Na sequência, 'Dorian' mantém a escrita de grandes refrões, grandes solos de guitarra, teclados atuantes e um quê sinfônico que dá um clima majestoso à música. E somos brindados com a inconfundível voz do frontman do Rhapsody of Fire, Fábio Lione.
      'Remiel in Flames' tem uma levada muito hard rock moderno, mas com o peso característico do metal melódico. Outra belíssima faixa que merece todos elogios. Depois vem a faixa título, com jeitão oitentista nos seus teclados, ótimos riffs de guitarra, bateria cadenciada, mas conseguindo acelerar e ter bastante ginga.O refrão não é tão marcante, mas as linhas vocais (que contam com Mike DiMeo, que esteve no Masterplan até alguns anos atrás) conseguem suprir isso, dando todo o ar de grandiosidade que a faixa tem. A veia de Power Melódico fica super latente em 'Phoenix Rising', um excepcional metal melódico, fesco, rejuvenescido, sem apelar para clichês ou modices do estilo. Mais um vez com a guitarra poderosa de Rolland Grapow. Simplesmente demais!
       Pesada, rápida e de um bom gosto impressionanete é 'Voices in Your Heart'. Nessa faixa, e na maioria das demais também, o vocalista George Rain lembra um pouco Tonny Kakko (Sonata Arctica), mas isso não é demérito, já que ele consegue e muito bem ter sua própria personalidade. Temos mais doses da voz poderosa de mister Lione em 'Fields of Chlum 1866 AD', uma música realmente épica, mais cadenciada, mas ainda pesada e grandiosa. De fato, uma verdadeira pérola metálica que esbanja feeling e poder.
       Mais um vez a velocidade dá as caras, dessa vez em 'Lake of Dreams', que tem uma sensacional pegada AOR, lampejos de Hard Rock e o espírito do metal melódico europeu. A seguir chega 'Silver Water', repleta de feeling, guitarras bem contruídas, teclados por todos os lados e com passagens que são os mais genuíno Heavy Metalold school. Conta com o apoio de Apollo Papathanasio, vocalista do Firewind. Outro importante destaque do disco.
         Pra fechar temos uma música dividida em duas partes. 'Black Rose Part-I' conta nos vocais com Dogie White, vocalista renomado que teve passagem pela banda de Yngwie Malmsteen, e é uma perfeita balada guiado por teclado, com um feeling tocante. E 'Black Rose Part II' segue na mesma proposta de ser uma linda balada, dessa vez com a voz de amanda Somerville. É um lindíssima forma de terminar com este maravilhoso disco.
       Eu ponho muita fé nessa banda, e acredito que com a divulgação correta, tem tudo para se tornar um dos grandes nomes do cenário contemporâneo do metal. Sinceramente espero que algum selo brasileiro se interesse por lançar o disco aqui no Brasil, já que seria algo extreamemnte lamentável restringir o trabalho magnífico desses tchecos apenas a downloads às vezes de baixa qualidade ou a quem pode comprar importado.
Para resumir: um discaço!

O Sébastien é:
George Rain – Vocais e guitarra
Andy Moon – Guitarra
Peter Forge – Baixo
Rob Vransky – Teclados
Radek Rain – Bateria


Track List:

  1. Musee du Satan Rouge (3:48)
  2. Femme Fatale (4:15)
  3. Dorian (4:14)
  4. Remiel in Flames (4:10)
  5. Tears of White Roses (4:04)
  6. Phoenix Rising (3:27)
  7. Voices in Your Heart (3:28)
  8. Fields of Chlum (1866 A.D.) (4:34)
  9. Lake of Dreams (3:49)
  10. Silver Water (5:03)
  11. Black Rose Part-I (3:14)
  12. Black Rose Part-II (3:01)






segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rhapsody of Fire - The Cold Embrace of Fear (EP)


     Esse lançamento surpreendeu muita gente em meados do ano passado. Após lançar o muito bom “The Frozen tears of Angels”, o Rhpasody of Fire anunciou que colocaria no mercado este EP chamado “The Cold Embrace of Fear”, pouco tempo depois do lançamento do supracitado Full-Lenght. Eu achei isso uma sacada muito interessante, já que me parece que o intuíto foi dar continuidade a história desenrolada no disco anterior, sem pretender ser só mais um caça-níquel comercial.
     As boas impressões já começam pela capa, que de certa forma segue o padrão de “The Frozen Tears of Angels”, com a figura de anjos e uma perfeita atmosfera gélida e que remete às congeladas terras do norte. O artista Felipe Machado (colombiano que também fez a arte de “At the Edge of Time”, do Blind Guardian) caprichou bastante, e conseguiu transmitir com maestria o que as faixas querem transmitir.
      O subtítulo do EP ajuda bastante a compreender a concepção da obra: “A Dark Romatic Symphony”. O que temos de fato é uma peça operística, dividida em sete atos, que se unem formando praticamente uma única música com mais de 40 minutos, com inúmeros momentos soa como uma legítima ópera italiana. A trupe encabeçada por Luca Turilli mostra bastante criatividade e gana por fazer música de qualidade, dando aos fãs um produto do mais alto padrão de qualidade.
     Não quero me ater em faixas separadamente, porque como já mencionei o que temos é uma grande música, subdividida em atos e que nos tazem um resultado final especifico. Mas de qualquer forma, não tenho como não destacar o Ato III, 'The Ancient Fire of Har-Kuun', um super épico de 14 minutos, com passagens em italiano e com um dos refrões mais impactantes, impressionantes e grandiosos que eu já ouvi, todo cantado em latim com o apoio de um coral magistral.A primeira vez que a ouvi fiquei embasbacado com tamanha grandiosidade. Com certeza absoluta uma das melhores peças já compostadas pelos mestres italianos do metal sinfônico. Nota 10 sem sombra de dúvida!
      Outros bons destaques são a já tradicional balada em itlaliano, que desta feita trata-se de 'Neve Rosso Sangue', muito bela por sinal. Os interlúdios com narrações dão um clima que fecha perfeitamente a proposta operística do trabalho. A imagem de que seja uma única música ganha força quando várias partes da maravilhosa 'The Ancient Fire of Har-Kuun' se repetem em outros momentos, fazendo com que o ouvinte realmente seja levado por uma jornada épica.
      Em suma: um lançamento supreendente, e surpreendentemente bom. Pelo visto, os 4 anos parados por questões litigiosas na justiça foram de muita valia e renderam muitas novas composições, muito inspiradas e de uma criatividade que parece não ter fim. Um ítem que deve fazer parte da coleção de qualquer apreciador do trabalho dessas lendas do metal sinfônico. Um investimento sem erro!


O Rhapsody of Fire é:

Fabio Lione – Vocais
Luca Turilli – Guitarra
Alex Starapoli – Teclados
Patrice Guers – Baixo
Alex Holzwarth – Bateria


Track List:

  1. ACT I – The Pass Nair-Kaan (2:01)
  2. ACT II – Dark Mystic Vision ( 1:41)
  3. ACT III - The Ancient Fire of Har-Kuun (14:56)
  4. ACT IV – The Betrayl (3:58)
  5. ACT V – Neve Rosso Sangue (4:41)
  6. ACT VI – Erian's Lost Secrets (4:28)
  7. ACT VII – The Angel's Dark Revelation (3:59)



E a máquina de criatividade não para! No mês de março eles lançam mais um disco novo, chamado “From Chaos to Eternety”. Desde já no aguardo! :D

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Angra - Aurora Consurgens

        De 2006, este Aurora Consurgens é com certeza o disco mais injustiçado das duas décadas de estrada do Angra. Gravado num momento muito conturbado para a banda, no qual o relacionamento entre os membros não era dos mais cordiais, temos um trabalho de ótimas músicas, que mantém o excepcional alto nível das composições desses músicos lendários e de um talento inquestionável. E ainda temos o fato de que ele é o sucessor de uma das obras-primas da história não só do metal brasileiro, mas também do metal mundial, “The Temple of Shadows” (2004). Uma tarefa bastante ingrata, diga-se de passagem.
          Mas mesmo assim existe um porém neste disco: ele peca justamente na concepção de “álbum”. Todas músicas são muito boas, inegavelmente, porém elas parecem integrar uma coletâneas de boas músicas que não foram aproveitadas em outros discos. O que eu quero dizer com isso é que elas não tem conectividades, que parecem avulsas e aleatórias no track list, e exatamente por isso “Aurora Consurgens” não tem aquela cara de álbum, onde a ordem das músicas é matematicamente calculado para transmitir ao ouvinte sensações específicas. Só que isso, ao menos na minha opinião, não tira de forma nenhuma o mérito das músicas, já que nenhuma delas eu conseguiria considerar fraca ou mesmo ruim.
         Os trabalhos começam sem termos a tradicional faixa intrumental introdutória (coisa que suscinta várias teorias conspiratórias entre os fãs internet a fora), sendo com 'The Course of Nature', que é o single mais pesado já lançado pela banda, que teve um clipe que até chegou a passar algumas vezes na programação da MTV. É uma faixa espetacular, com os primeiros segundos dominados por percussões brasileírissimas, que depois desandam em riff's bem pesados e intensos, linhas de baixo poderosas e uma muito boa interpretações de Edu Falaschi, que sabe usar muito bem os tons mais agressivos de sua voz. Logo depois temos talvez a melhor do disco todo, que é tocada nos shows até hoje, 'The Voice Commandig You'. Começa com guitarras em tons meio progressivos, aliados com a sempre afiada de Aquiles Priester (mas é preciso dizer: este trabalho não é o de maior inspiração do baterista). A letra é interessantemente construída para acompanhar a melodia, com ponte e refrão que esbanjam intensidade e deixam o ouvinte sem fôlego. Individualmente nota 10!
       'Ego Painted Grey' tem uma dose de peso considerável, mas tem alguns contornos de semi-balada, com momentos até épicos eu diria. Começa calma e intimista, com alguns acordes de piano, mas logo depois já temos guitarras trazendo mais vigor ao som, baixo sempre atuante de Andreoli e ainda um refrão bonito e inspirador. Outra bela faixa que mostra o talento musical desses caras. Já 'Breaking Ties' tem moral para figurar entre as músicas mais lindas que o Angra já fez. Os bonitos efeitos que a introduzem dão o clima para o que vem depois, uma balada pesada e cadenciada repleta de feeling, tem uma letra triste, mas o conjunto da obra a torna naquele tipo de tristeza bela e inspiradora. Em suma, belíssima.
         Causou uma certa polêmica na época a faixa seguinte, 'Salvation: Suicide'. Muita gente se perguntou se a banda estaria mesmo fazendo apologia ao suícidio. Mas decididamente não é o caso, já que o tema da maioria das músicas do disco são os escritos medievais de São Tomás de Aquino sobre distúrbios mentais. A música tem ares progressivos, com alguns riff's bem cortantes e diretos, e solos bem trabalhados e competentes. É muito boa sim, mas não é das que mais chama a atenção, e por si mesma mereceria uma nota 7. 'Window to Nowhere' segue uma linha meio parecida com a anterior, mas mais interessante, com o instrumental ainda melhor trabalhado. Tem uma melodia bem marcante, que ecoa por toda a sua duração, e que chama a atenção do ouvinte.Um dos belos destaques positivos.
        Mais uma pérola: 'So Near So Far'. Já de cara com uma introdução interessante, com alguns elementos que remetem à música árabe, e que depois se torna uma canção linda, repleta de feeling, com percussões, presença intensa das guitarras, baixo competente e um clima construído com todo o esmero. E feeling támbem não falta em 'Passing By', que conta com ótimas atuações dos guitarristas, discretas linhas de teclado, Edu cantando muito bem e uma atmosfera envolvente. É quase uma balada, que toma corpo aos poucos e que chega num refrão intenso e marcante.
          É um heavy metal muito competente a faixa 'Scream Your Heart Out'. Pesada, técnica, mais uma com lampejos progressivos e de andamento muito interessante. A banda toda manda muito bem, fazendo uma canção não das mais brilhantes e impactantes, mas que com certeza prima pela qualidade e técnica. E o track list regular termina com a acústica 'Abandoned Fate'. Sinceramente, o disco poderia terminar com uma faixa mais aprópriada, pois o clima melancólico da música (que é absolutamente lindo) ficaria melhor encaixado em outro momento do disco, não exatamente para encerra-lo. Tem uma sutil levada de blues, bastante soturna, que garante a música isoladamente um feeling muito bom mesmo, mas que no conjunto final do disco acaba destoando um pouco.
          E na versão japonesa do disco tem a faixa bônus 'Out of This World', interpretada por nínguem mais nínguem menos que o polivalente guitarrista Rafael Bittencourt (que durante o ócio entre este “Aurora Consurgens” e o “Aqua” lançou um ótimo disco de seu projeto Bittencourt Project). Acredito que se ela estivesse no lançamento regular, seria a ideal para encerrar o trabalho, pois tem um clima perfeito para isso, uma levada legal, instrumental tão bem trabalhado quanto o de todas as demais músicas e não deixando nada a desejar quanto a mixagem e masterização. E pelo quesito letra também, pois é uma homenagem ao Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro. Analisando-a em relação aos temas das outras músicas, seria sim um encerramento absolutamente digno então.
         É um disco sim injustiçado, que tem suas falhas, e que não denota um momento de completa criatividade e inspiração inquestionáveis. Mas em hipótese nenhuma pode-se dizer que “Aurora Consurgens” seja um disco ruim. Certo que não é aquele brasileirismo intenso e aflorado da época do Andre Matos, nem tem o vigor de um “Rebirth” (2001) ou a absurda criatividade e inspiração do “Temple of Shadows”. Mas ele tem sua cara, seu jeito de ser, e isso faz de “Aurora Consurgens” um trabalho único, que não é nem melhor nem pior que nada que esta lenda do Metal brasileiro chamada Angra já fez em sua vitoriosa carreira.

A formação do Angra era:

Edu Falaschi – Vocais
Kiko Loureiro – Guitarra
Rafael Bittencourt – Guitarra
Felipe Andreoli – Baixo
Aquiles Priester – Bateria



Track List:

  1. The Course of Nature (4:30)
  2. The Voice Commanding You (5:27)
  3. Ego Painted Gray (5:38)
  4. Breaking Ties (3:29)
  5. Salvation: Suicide (4:21)
  6. Window to Nowhere (6:02)
  7. So Near So Far (7:09)
  8. Passing By (6:32)
  9. Scream Your hear Out (4:25)
  10. Abandoned Fate (3:09)
  11. Out of This World (Bônus apenas na versão japonesa) (4:35)


Creio que o CD ainda esteja em catálogo, e se encontre na maioria das lojas de discos, e por isso vale a pena ser adquirido por quem é fã da banda e ainda não o tem.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Anathema - We Are Here Because We Are Here

      Anathema é uma daquelas bandas que se você for ouvir toda a discografia em ordem cronológica, fará uma verdadeira odisséia musical. Tudo começou em 1993 com o disco “Serenades”, o típico Gothic/Doom Metal inglês da época, pesado, distorcido e carregado de uma melancolia sufocante. Mas com o passar dos anos esses ingleses de Liverpool mudaram bastante seu som (não gosto de usar o termo “amaciou”, que ao meu ver soa muito forçado), passando por lampejos de rock progressivos, gothic rock oitentista até se afirmar numa mescla interessantemente bem construída dessas influências todas.
      Este “We Are Here Because We Are Here” pode ser o trabalho mais alternativo já feito pela banda. Mas mesmo assim traz tudo aquilo que os fãs mais fiéis sempre ouviram ao longo desses 17 anos de estrada: climas melancólicos e obscuros, alternado com outrosmomentos que soam mais luminosos (uma espécie de analogia com a bonita capa), teclados ditando o ritmo das músicas, o vocal triste mas não auot-indulgente. Eles conseguem se renovar, mas sem perder a essência do que são.
       Neste disco não quero falar de cada faixa isoladamente. Todas as músicas que compõe o play parecem perfeitamente enlaçadas, unidas, criando um conceito estilístico que faz com que cada parte seja inerente a outra, numa sequência uniforme e envolvente. Em basicamente todas as canções temos as inspiradas linhas de teclado de Les Smith, que conduzem o ritmo na maioria das vezes. As guitarras dos irmãos Cavanagh nos apresentam riffs menos pesados, mas não menos densos, transmitindo bastante profundidade e melancolia.
       Os vocais de Vincent Cavanagh e Lee Douglas soam muito bem, misturados, em várias camadas sobrepostas, criando uma atmosfera única para o disco. A cozinha é competente, dando todo o respaldo para os delírios progressivos do restante da banda.
       Tentando analisar indivdualmente, destacaria como pontos altos 'Angels Walk Among Us', 'A Simple Mistake', 'Thin Air' e 'Get Off, Get Out'. Mas reintero: todas as canções são muito bem construídas e também conectadas, fazendo com que seja realmente um disco ótima música, não interessando se seja conceitual ou não graças a essas conxeões entre as canções.
        Todo o trabalho técnico tambem é de alto nível. Mixagem e produção cristalinas, que garantiram todo um ar especial, dando bastante destaque à veia melancólica proposta pela trupe dos Cavanagh.
        Não é brilhante, revolucionário ou impecável. Mas com certeza deve agradar quem acompanha a banda e curte essa vibe que eles criaram nos últimos anos. Sendo Doom, Gothic, Progressivo ou seja lá o que for, não importa, antes de ser isso ou aquilo, boa música é boa música. E boa música é uma coisa que decididamente essas lendas britânicas sabem fazer muito bem.

O Anathema é:

Vincent Cavanagh – Vocais e Guitarra
Daniel Cavanagh – Guitarra
James Cavanagh – Baixo
John Douglas – Bateria
Les Smith – Teclados
Lee Douglas – Vocais

Track List:

  1. Thin Air (6:00)
  2. Summer Night Horizon (4:13)
  3. Dreaming Light (5:47)
  4. Everything (5:06)
  5. Angels Walk Among Us (5:17)
  6. Presence (2:58)
  7. A Simple Mistake (8:14)
  8. Get Off, Get Out (5:01)
  9. Universal (7:19)
  10. Hindsight (8:11)







segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Stratovarius - Elysium

     Muito bem, no dia 31 de dezembro do finado 2010 vazou o tão esperado novo disco de inéditas do Stratovarius. Este “Elysium” chegou repleto de questões envolvendo-o, como ele seria sendo já o segundo trabalho dos finlandeses desde a saída do problemático guitarrista Timmo Tolkki. E sobre essa questão, pode-se dizer: ele não faz a menor falta.
     Como já tinha dito antes, o EP “Darkest Hour” fez com que minhas expectativas a cerca do novo disco crescessem. A percepção que tive ouvindo o EP foi certeira; “Elisyum” é um disco moderno, que traz uma cara nova ao som do Stratovarius, mas sem nunca perder de vista as características que alçaram a banda para o topo do cenário do metal internacional. Não é uma cópia do passado, muito menos alguma aventura insana sem pé nem cabeça (vide o auto-intitulado de 2005); é um disco perfeitamente equilibrado, unindo muito bem a virtuose e a velocidade dos tempos áureos com coisas novas e muítissimo interessantes.
      A já conhecida 'Darkest Hours', mesmo sendo exatamente a mesma do EP, me soou ainda mais interessante. Ela não segue aquele padrão de música de abertura de disco de trabalhos anteriores, como por exemplo 'Hunting High and Low' (Infinite, 2000) ou 'Eagleheart' (Elements Pt I, 2003), curtas, super aceleradas e com forte apelo comercial. Dessa vez a música soa bem disitinta disso, é menos rápida, não creio que tivesse grande popularidade para fãs menos adeptos de metal e com o refrão um pouco mais complexo, mas não menos empolgante. Temos virtuose, peso e alguns momentos de velocidade, porém é repleta de personalidade e carisma.
     'Under Flaming Skies' por sua vez remete ao momentos dourados da época de Tolkki na banda. Mas mesmo assim tem cara própria, força e intensidade; ótimos riff's de Matias Kupiainen, que tem uma atuação tão satisfatória que não deixa a mínima saudade de Tolkki. 'Infernal Maze' é outra já conhecida, e que consegue misturar riff's velozes, bateria cavalgante e teclados melódicos típicos da banda com alguns outros riff's mais pesados e arrastados e algumas passagens até certo ponto sombrias. Ótima faixa.
      A seguir vem 'Fairness Justified', que tem um bonito começo de piano, que ao lado do inconfundível timbre de Timmo Kotipelto dão um belíssimo clima para a canção, que a seguir cresce bastante, se tornando grandiosa e épica, com corais no refrão que rementem aos já citados clássicos “Infinite” e “Elements Pt I”. E o mais interessante de tudo na música: riff's que transbordam feeling. Agitada e com bastante pegada é 'The Game Never End's', que conta com mais uma ótima atuação de Jörg Michael nas baquetas. Em geral, pode parecer algo clichê, mas de alguma forma eu sinto que a forma como as partes de guitarras foram compostas tem uma cara completamente diferenciada. Pode ser só uma impressão minha, e se por acaso for fato, é um grande fato postivo!
       'Lifetime In a Moment' segue mais ou menos a ideia de 'Fairness Justified', só que bem mais intensa; com grandiosidade, belo refrão e excelentes linhas de teclado. Mais um canção muito boa. Creio ser possível enquadrar 'Move the Mountain' como uma balada. E uma grande balada diga-se de passagem! Kotipelto só reintera porque é um dos melhores vocalistas da história, esbanjando feeling, carisma e técnica. Música bonita e tocante, contando com bela melodia de piano (e linhas de teclados quase psicodélicas), interpretação de Johansson, que se mostra bem mais do que simplesmente um tecladista que toca na velocidade da luz.
       As vozes eletrônicas dos primeiros segundos de 'Event Horizons' nos levam para os momentos derradeiros do disco. Uma faixa bem característica, um prato cheio para quem tiver vontade de ouvir coisas que de fato são bem próximas do passado da banda. Não prima pela originalidade, mas é excepcional e impecável em sua execução. E pra fechar temos a maior peça já escrita pelo conjunto: 'Elysium' tem 18 minutos, com momentos épicos, de grandiosidade, de flertes progressivos e toda uma vasta gama de sonoridades que proporciona uma verdadeira epopéia musical. Uma faixa fabulosa, nem um pouco massante e que cativa o ouvinte do início ao fim. Maneira mais que perfeita de terminar o disco!
        Como questão de curiosidade, o termo Elysium significa Elísio em português, que por sua vez trata-se na mitologia grega como sendo uma forma de paraíso, onde a alma de pessoas dignas (artistas, filósofos, reis, etc...) descansavam em paz e alegria por toda a eternidade, ou poderiam voltar para o mundo, dependendo de suas escolhas. Atentando por cima as letras, pode-se notar que os temas das músicas podem ter muito a ver com essa ideia. Mas isso só mesmo será confirmado ou não quando pudermos comprar o CD e acompanhar as letras, e é isso que eu recomendo para qualquer um que leia estas linhas, comprar o disco, pois vale muito a pena!
        E o Stratovarius dá claros sinais de que pode se perpetuar muito bem sem a figura de Tolkki, com criatividade, entusiasmo e muito amoe plea música.

O Stratovarius é:

Timo Kotipelto – Vocais
Jens Johansson – Teclados
Matias Kupiainen – Guitarra
Jörg Michael – Bateria
Lauri Porra – Baixo


Track List:

  1. Darkest Hours (4:11)
  2. Under Flaming Skies (3:51)
  3. Infernal Maze (5:33)
  4. Fairness Justified (4:20)
  5. The Game Never End's (3:53)
  6. Lifetime in a Moment (6:38)
  7. Move the Mountain (5:33)
  8. Event Horizon (4:23)
  9. Elysiun (18:07)





E continuo pedindo que cada um de nós, fãs da banda, mandemos energias positivas para o Jörg, que luta contra um câncer.
Força Jörg! Temos certeza que você se livra dessa! :D