Temos aí uma das melhores bandas da nova geração finlandesa. O Crimfall foi fundado e 2007, lançou uma demo no ano posterior, causando uma considerável repercussão nos meios especializados de seus país de origem. Animados com os elogios, se empenharam em seguir o trabalho duro de produção e gravaçãode seu debut, intitulado “As the Path Unfolds...” que viria a ser lançado em fevereiro de 2009 pelo respeitado selo Napalm Records.
Eu conheci a banda graças ao meu grande amigo Pikachu Sama, lá do Discipline of Steel. Fiquei curioso por causa da arte da capa e descrição feita pelo Pikachu e resolvi baixar o disco. Foi um dos melhores achados que eu fiz em todos eses meus anos de vida metálica. O Crimfall faz uma magistral fusão de Folk Metal, Viking Metal e Symphonic Metal que é de encher os ouvidos com melodias espetaculares e de tirar o fôlego.
Fiquei tão impressionado com “As the Path Unfolds...” que logo fui buscar informações sobre algum novo registro desta incrível banda. Não tardou em as notícias da produção de um novo álbum surgirem, fazendo a minha curiosidade e ânsia só aumentarem.
E pois bem, agora já temos em mão o segundo Full-Lenght do Crimfall, desta feita chamado de “The Writ of Sword”. A abertura fica a cargo da intro 'Dicembre', um prelúdio misterioso, climático, onde se ouvem ruídos de tempestade ao longo, sons de guerra, e de certa foram exaltando o espírito nórdico. Conectando-se ao prelúdio vem 'Storm Before de Calm', que logo de cara esbanja toneladas de peso misturadas com inserções sinfônicas, vocais rasgados e uma participação expressiva do baixo, tudo isso aliado numa atmosfera que dá a impressão de um grande hino de batalha épico. Realmente impressionante.
Em seguida temos 'Frost Upon Their Graves'. Logo de início a veia folk fica mais evidente, com uma bela melodia de flauta, mas que rapidamente cede lugar a um coro monumental, num tom grave de arrepiar. As vocalizes de Helena Haaparanta remetem ao trablho anterior, misturando duas facetas criando uma sonoridade nova e não repetida. Bela faixa que se mostra um gande acerto. Agora temos um interlúdio, 'Cahceravga', repleta de batidas sombrias e místicas, um coro ao longe e a voz marcante da vocalista mais uma vez criando um clima único e que prende a atençã do ouvinte. O interlúdio se une a 'Shackless of The Moirai', outro petardo de peso plúmbeo, orquestrações intensas e climáticas, o lado folk acentuando-se com acordeões inteligentemente colocados e com corais que elevam-se até as alturas do Valhalla. Fabuloso!
'The Writ of the Sword' é mais longa, tendo uma parte narrada logo no início, emoldurada por um instrumental grandioso, que lhe garante ares de parte de saga épica nórdica. Em seu desenrolar recebemos mais e mais doses de peso ligadas magicamente com as orquestrações, o folk discreto mas sempre presente, os vocais limpos e belos de Helena que se complementam absurdamente bem com os rasgados de Mikko Häkkinen, transformando a canção definitivamente num épico grandisoso e inspirador.
E agora nos chega 'Geađgái'. Uma faixa instrumental soberba, que remete as paisagens gélidas do norte do mundo, com sua beleza assustadora mas hipnótica. Tem corais marcantes, riffs que se destacam e com feeling, a orquestra sempre ali deixando a aura da música nas alturas. Emocionante é a palavra que melhor define. Logo depois vem mais uma longa, 'Silver and Bones', com seus oito minutos de louvores à cultura nórdica e o seu povo antigo, seus deuses e sua terra. Grandes melódias, intensamente trabalhadas, num nível tão alto que beira a perfeição. Tem tudo que se ouve no disco, parecendo cada vez melhor e maior, mais intenso, mais grandioso. Realmente uma canção tocante, com alma e coração, que pulsa e vibra. Algo que com certeza mexe muito com o povo lá da Finlândia, e também com pessoas de outros lugares do mundo, até mesmo aqui em nosas terras quentes e tropicais do Brasil.
E o disco se encerra como numa celebração, 'Son of North' uma festa em torno de uma grande uma fogueira ondo os acordeões animam os guerreiros de corações pesarosos, enchendo-lhes de orgulho de serem sim filhos do grande Norte. Isso sem perder o peso e a visceralidade, a força e a grandeza. O seu fim é como a visão de um grande campo, quando os guerreiros se dão conta que venceram e brandem suas espadas aos céus. Um modo sublime de pôr fim a um álbum maravilhoso.
Em suma, um trabalho incrível, pensado e executado na medida certa. Tem faixas longas mas não é cansativo, flui perfeitamente, capturando a atenção de quem ouve por completo, transmitindo muita energia e sentimento. O disco foi mixado e masterizado no Fascination Street, na Suécia, com quem grandes bandas como Paradise Lost e Opeth também trabalham, e por isso temos um som perfeito e cristalino, mas sem deixar de parecer sujo nos momentos certos. Outro grande acerto.
Não me atreveria a dizer se é melhor ou pior que o disco de estreia, pois ambos são trabalhos impecáveis. O que eu afirmo com plena segurança é: o Crimfall tem tudo para se tornar um gigante dentro do Folk/Viking Metal e até mesmo do metal em geral. Não se repetiu no segundo trabalho, mostrando competência criativa, ousou e teve muito sucesso.
Assim com o primeiro, este “The Writ of Sword” não se encontra no mercado nacional (uma lástima gigantesca), porém pode ser encontrado nos sites internacionais por preços até que bem razoáveis. Para quem puder, fica aí dica. E não deixem de ouvir!
O Crimfall é:
Jakke Viitala – Guitarra, orquestrações e preogramações
Mikko Häkkinen – Harsh Vocals
Helena Haaparanta – Clean Vocals
Miska Sipiläinen – Baixo
Janne Jukurainen – Bateria
Track List:
- Dicembré (01:43)
- Storm Before The Calm (05:56)
- Frost Upon Their Graves (05:31)
- Cáhceravga (01:11)
- Shackles Of The Moirai (05:01)
- The Writ Of Sword (06:53)
- Geađgái (04:35)
- Silver And Bones (08:21)
- Son Of North (05:49)
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