segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Stratovarius - Elysium

     Muito bem, no dia 31 de dezembro do finado 2010 vazou o tão esperado novo disco de inéditas do Stratovarius. Este “Elysium” chegou repleto de questões envolvendo-o, como ele seria sendo já o segundo trabalho dos finlandeses desde a saída do problemático guitarrista Timmo Tolkki. E sobre essa questão, pode-se dizer: ele não faz a menor falta.
     Como já tinha dito antes, o EP “Darkest Hour” fez com que minhas expectativas a cerca do novo disco crescessem. A percepção que tive ouvindo o EP foi certeira; “Elisyum” é um disco moderno, que traz uma cara nova ao som do Stratovarius, mas sem nunca perder de vista as características que alçaram a banda para o topo do cenário do metal internacional. Não é uma cópia do passado, muito menos alguma aventura insana sem pé nem cabeça (vide o auto-intitulado de 2005); é um disco perfeitamente equilibrado, unindo muito bem a virtuose e a velocidade dos tempos áureos com coisas novas e muítissimo interessantes.
      A já conhecida 'Darkest Hours', mesmo sendo exatamente a mesma do EP, me soou ainda mais interessante. Ela não segue aquele padrão de música de abertura de disco de trabalhos anteriores, como por exemplo 'Hunting High and Low' (Infinite, 2000) ou 'Eagleheart' (Elements Pt I, 2003), curtas, super aceleradas e com forte apelo comercial. Dessa vez a música soa bem disitinta disso, é menos rápida, não creio que tivesse grande popularidade para fãs menos adeptos de metal e com o refrão um pouco mais complexo, mas não menos empolgante. Temos virtuose, peso e alguns momentos de velocidade, porém é repleta de personalidade e carisma.
     'Under Flaming Skies' por sua vez remete ao momentos dourados da época de Tolkki na banda. Mas mesmo assim tem cara própria, força e intensidade; ótimos riff's de Matias Kupiainen, que tem uma atuação tão satisfatória que não deixa a mínima saudade de Tolkki. 'Infernal Maze' é outra já conhecida, e que consegue misturar riff's velozes, bateria cavalgante e teclados melódicos típicos da banda com alguns outros riff's mais pesados e arrastados e algumas passagens até certo ponto sombrias. Ótima faixa.
      A seguir vem 'Fairness Justified', que tem um bonito começo de piano, que ao lado do inconfundível timbre de Timmo Kotipelto dão um belíssimo clima para a canção, que a seguir cresce bastante, se tornando grandiosa e épica, com corais no refrão que rementem aos já citados clássicos “Infinite” e “Elements Pt I”. E o mais interessante de tudo na música: riff's que transbordam feeling. Agitada e com bastante pegada é 'The Game Never End's', que conta com mais uma ótima atuação de Jörg Michael nas baquetas. Em geral, pode parecer algo clichê, mas de alguma forma eu sinto que a forma como as partes de guitarras foram compostas tem uma cara completamente diferenciada. Pode ser só uma impressão minha, e se por acaso for fato, é um grande fato postivo!
       'Lifetime In a Moment' segue mais ou menos a ideia de 'Fairness Justified', só que bem mais intensa; com grandiosidade, belo refrão e excelentes linhas de teclado. Mais um canção muito boa. Creio ser possível enquadrar 'Move the Mountain' como uma balada. E uma grande balada diga-se de passagem! Kotipelto só reintera porque é um dos melhores vocalistas da história, esbanjando feeling, carisma e técnica. Música bonita e tocante, contando com bela melodia de piano (e linhas de teclados quase psicodélicas), interpretação de Johansson, que se mostra bem mais do que simplesmente um tecladista que toca na velocidade da luz.
       As vozes eletrônicas dos primeiros segundos de 'Event Horizons' nos levam para os momentos derradeiros do disco. Uma faixa bem característica, um prato cheio para quem tiver vontade de ouvir coisas que de fato são bem próximas do passado da banda. Não prima pela originalidade, mas é excepcional e impecável em sua execução. E pra fechar temos a maior peça já escrita pelo conjunto: 'Elysium' tem 18 minutos, com momentos épicos, de grandiosidade, de flertes progressivos e toda uma vasta gama de sonoridades que proporciona uma verdadeira epopéia musical. Uma faixa fabulosa, nem um pouco massante e que cativa o ouvinte do início ao fim. Maneira mais que perfeita de terminar o disco!
        Como questão de curiosidade, o termo Elysium significa Elísio em português, que por sua vez trata-se na mitologia grega como sendo uma forma de paraíso, onde a alma de pessoas dignas (artistas, filósofos, reis, etc...) descansavam em paz e alegria por toda a eternidade, ou poderiam voltar para o mundo, dependendo de suas escolhas. Atentando por cima as letras, pode-se notar que os temas das músicas podem ter muito a ver com essa ideia. Mas isso só mesmo será confirmado ou não quando pudermos comprar o CD e acompanhar as letras, e é isso que eu recomendo para qualquer um que leia estas linhas, comprar o disco, pois vale muito a pena!
        E o Stratovarius dá claros sinais de que pode se perpetuar muito bem sem a figura de Tolkki, com criatividade, entusiasmo e muito amoe plea música.

O Stratovarius é:

Timo Kotipelto – Vocais
Jens Johansson – Teclados
Matias Kupiainen – Guitarra
Jörg Michael – Bateria
Lauri Porra – Baixo


Track List:

  1. Darkest Hours (4:11)
  2. Under Flaming Skies (3:51)
  3. Infernal Maze (5:33)
  4. Fairness Justified (4:20)
  5. The Game Never End's (3:53)
  6. Lifetime in a Moment (6:38)
  7. Move the Mountain (5:33)
  8. Event Horizon (4:23)
  9. Elysiun (18:07)





E continuo pedindo que cada um de nós, fãs da banda, mandemos energias positivas para o Jörg, que luta contra um câncer.
Força Jörg! Temos certeza que você se livra dessa! :D

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